Story teller

Podia estar fechada num quarto de hotel a chorar, mas essa não é a minha natureza. Eu gosto de rua, gosto de gente, gosto de brilho, eu gosto de luz e cor, gosto de música, gosto de dançar e principalmente eu gosto de festa. E estava ali para isso, e não havia nada capaz de me demover. Não tinha comigo relógio nem telemóvel. Não fazia ideia de quanto tempo havia passado desde que tinha saído daquele lugar no cimo de uma escadaria que dava directamente para a festa, mas o meu dedicado esposo tinha ficado a "guardar" o lugar dos dois e era para lá que ia voltar. Havia muitos anos que eu sonhava com este dia. A minha querida afilhada Sara resolveu levar-me, mas o local onde me levou ficava num ponto em que da festa eu apenas desfrutava de umas boas sardinhas, umas marteladas na cabeça, observar o céu pontilhado de balões e aqui e ali um ou outro foguete. Quando chegou a meia noite foi a decepção total, o fogo de artificio não se via dali. Parti triste, mas não desisti do s...