O LARANJINHA
Gosto dos dias de Inverno em que o sol brilha e há silêncio no ar. Hoje foi um desses dias em que o trabalho me levou a fotografar a Ria. Quando fazia a última fotografia vi-o, meio curvado dentro de água a apanhar certamente algum marisco. Aproximei-me mais para fazer mais algumas fotos e depois desci a escada até à Ria, atravessei a areia até ele e dirigi-lhe a palavra: - Bom dia. Posso ver o que está a apanhar? - Bom dia. Pode, pode, são ostras. - Ah, adoro! Pode vender-me? - Sim, quantos quilos quer? - Depende do preço, quanto custa o quilo? Depois do preço feito dirigi-me ao carro a buscar o dinheiro e voltei, já ele andava alguns metros à frente com duas mãos cheias de ostras. Esperei que ele voltasse e disse-lhe: - Quero dois quilos. - Cada quilo é mais ou menos uma dúzia. - Tudo bem, eu confio. Enfiou as duas mãos no balde e foi deitando no saco que eu levei, 1, 2, 3, 4, 5, vezes cinco vinte cinco e leva mais uma mão cheia para ir bem servida. - Obrigada. - Sabe ne...