PAI
Um dia, já era uma rapariguinha, fomos fazer um piquenique no campo. Em determinada altura do percurso foi necessário subir uma ravina. O meu pai que ia à frente virou-se para me dar a mão e ajudar a subir.
Qualquer menina teria esquecido esse episódio, mas eu ainda me lembro como se tivesse acontecido hoje.
Naquele dia senti que talvez afinal o meu pai me amasse, na verdade naquele dia senti-me amada pela primeira vez e isso fez toda a diferença. Um pequeno gesto, tão grande para mim.
Afinal talvez aquele pai que eu sempre amei me amasse um bocadinho. Acreditei nisso com todas as minhas forças, ainda acredito, mas às vezes fica tão difícil acreditar.
Enquanto criança fizeram sentir-me o patinho feio, enquanto adulta, a ovelha ranhosa da família.
(Retirado do livro de Mary Sil)
PAZ DIVINA
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