SÃO JOÃO SANTO FESTEIRO




Dia 24 de Junho é dia de comemorar a vida e história de um dos santos mais importantes da Igreja Católica, São João Baptista.
Do São João guardo as boas memórias da minha infância e juventude. O aniversário da minha querida e doce avó Mariana. As tardes na serra a apanhar rosmaninho para a fogueira, sem ter de ouvir uma reprimenda em casa ou mesmo um encontrão do meu pai. Depois à noite, o saltar a fogueira em número ímpar de saltos e no maior número de vezes, para ficarmos por todo o ano protegidos de todos os males, mas também para pedir desejos que na maioria das vezes era um namorado, ou para ninguém nos tirar aquele a quem já deitávamos o olho, já que os namoros arranjados pelo São João são muito mais duradouros do que os que os que começam no Carnaval “que não vêm chegar o Natal..."
Quando a fogueira se extinguia e as brasas arrefeciam as mulheres iam apanhar as cinzas que segundo a crença popular, curam certas doenças de pele, enquanto as que desejavam engravidar se iam rebolar de madrugada sobre a erva húmida dos campos para que ficassem aptas para conceber. Segundo a tradição as orvalhadas eram o suor ou a saliva dos deuses da fertilidade. Nas janelas havia vasos de manjerico e as gaiolas dos grilos nessa noite escondiam-se para que eles não morressem com o fumo.
São João é, tal como Santo António e São Pedro, um santo popular muito festejado em Portugal. É conhecido popularmente como “santo festeiro” e, protector dos casados e doentes. Na tradição católica é considerado o santo mais próximo de Jesus Cristo pois além de ser seu primo, foi Ele quem baptizou Jesus Cristo no Rio Jordão.




Morreu como um mártir (decapitado). É o último e mais importante dos profetas do Antigo Testamento, pois é ponte para o Novo Testamento. 

A festa é celebrada em várias localidades portuguesas, mas a cidade onde os festejos são maiores é no Porto.
Na noite de 23 de Junho, a população sai à rua para festejar. O manjerico, os coloridos martelinhos, os alhos porros, os balões de ar quente, o fogo de artificio, as fogueiras e as sardinhas não faltam na  festa.
Os martelinhos e os alhos porros são utilizados pelas pessoas para bater (gentilmente) nas cabeças das outras.


Os balões de ar quente, feitos em papel, iluminam os céus na noite de São João, símbolo de abundância das colheitas e da fertilidade, estando ligados ao culto do sol e do fogo.


O fogo de artificio é uma marca desta celebração, à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte Luís I faz as delícias dos milhares de residentes e turistas que chegam de todo o lado para assistir.





Na gastronomia, a sardinha assada, o pimento, broa, caldo verde e vinho são os elementos principais da festa.
Existem, ainda, os tradicionais saltos à fogueira, nos vários arraiais populares, especialmente nos bairros das Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho à noite.

Festa de raiz pagã, assenta, fundamentalmente em “sortes” amorosas, encantamentos e divinações que se relacionam, por um lado, com o casamento, a saúde e a felicidade, mas que andam também estreitamente ligadas aos antigos cultos pagãos do Sol e do fogo e às ervas bentas, ao orvalho, às fogueiras, à água dos rios, do mar e das fontes.

Para certos males, são benéficos os banhos que se tomem na manhã do dia de São João, mas antes do Sol nascer.


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